O Branding de Game of Thrones
Com a eminente chegada da temporada 6, já este domingo, dia 24, torna-se propício partilhar um texto que comecei a escrever há uns meses. O título denuncia-me e basicamente vou falar de duas coisas que adoro, comunicação de marcas e Game of Thrones.
Em branding constrói-se a conexão com o público, muitas vezes utilizando a história da marca, a isto podemos chamar, muito resumidamente storytelling. Se aqui o produto é, de facto, uma história, a tarefa torna-se mais interessante ainda! Os enredos manipulam-se com a intenção de agarrar os espectadores e ao serem contados vão gerando cada vez mais expectativas, tal como no mundo dos bens materiais. Podemos fazer a seguinte analogia: a HBO, canal da série, é equivalente à marca Apple. A série Game of Thrones é equivalente ao produto iPhone e cada temporada é como um novo modelo que sai. Como o consumidor já é tão fiel ao produto, espera religiosamente pela chegada da nova season e enquanto esta não é lançada vai usufruindo do merchandising e possivelmente de outros produtos da HBO. O carácter religioso de GOT revela-se nos rituais que se fazem ao assistir os episódios, à divulgação da crença boca a boca e ao constante estudo dos livros e episódios em busca de mais conhecimento e de uma aproximação ao divino, neste caso ao universo de Westeros, Essos e Sothoryos.
O nível de popularidade de GOT é um especial caso de interesse devido ao seu público ser tão transversal, quando, aparentemente, não o seria. Cenas de extrema violência, escândalo e intriga parecem os ingredientes básicos para agradar uma boa percentagem do público. A isto juntamos um estilo fantasioso e a complexa e densa quantidade de informação que engloba pessoas, povos, lugares, presente e passado. Estes aspectos acabariam por limitar o público alvo aos amantes de acção-fantasia-medievalesco. Porém a humanização das personagens e a actualidade das suas relações permitem a identificação de homens e mulheres, nerds e amantes de séries mais ligeiras (o meu caso). A inclusão social e racial está representada na escolha de casting e nas características das personagens. Vemos várias etnias (embora as personagens principais sejam caucasianas), um anão num papel de relevo, representando força e inteligência, mulheres poderosas e quase sempre autónomas e a homossexualidade é assumida em pleno perante o espectador. Tudo isto e também a identificação com características muito diferentes fazem os fãs escolherem os favoritos e os detestáveis, que nem sempre são o bonzinho e o vilão, respectivamente. Nenhuma personagem ali é inquestionável, são todas muito humanas.
A comunicação das entrelinhas desta série é aquilo que me interessa e nem tanto a ida dos actores às Comicons ou aos programas de televisão. Claro que é sempre agradável ver as entrevistas de Kit Harington ou rir das paródias musicais feitas pelo elenco, mas é o potencial comercial da série que me fascina. Cada família já é uma marca e tal como acontece na indústria do futebol, escolhemos ser adeptos dos Lannister, Tyrell, Stark, Baratheon, Targaryen... Tal como nos clubes existe brasão, lemas e uma equipa de jogadores que só por si valem muito e se tornam uma sub-marca. É possível pensar em séries só sobre a vida de Daenerys, Jon Snow, Tyrion ou até mesmo Little Finger. Enredo não faltaria e interesse por parte dos consumidores também não, pelo contrário, no hiatus de GOT estão sempre sedentos e esta poderia ser uma solução de continuidade do negócio. Falo também em roupa, acessórios, decoração, perfumes, bebidas, jogos, brinquedos... Já existem muitos destes produtos, como o Monopólio, um perfume com o cheiro da Mãe dos Dragões ou uma marca de cervejas inspiradas em inúmeros eventos da série. A força da série é tal que é usada para reforçar outras marcas. Aqui podemos dar um exemplo português, referindo a campanha da MEO com Ricardo Araújo Pereira a encenar uma paródia chamada "Game Of Phones", para vender tarifários e telefones. Até eu não resisti a umas montagens das personagens a vestir as marcas do momento.
Estamos a um passo de sabermos se Jon Snow está morto ou não, se Arya ficou mesmo cega, se Daenerys volta a ser Khaleesi e a dominar os seus dragões, se Sansa se tornará Queen of The North e como reagirá Jaime à morte de Myrcella... Cada um torce pelos seus e eu, por agora, sou fã dos irmãos de Cersei, Sam, Sansa e Jon (obv).
A comunicação das entrelinhas desta série é aquilo que me interessa e nem tanto a ida dos actores às Comicons ou aos programas de televisão. Claro que é sempre agradável ver as entrevistas de Kit Harington ou rir das paródias musicais feitas pelo elenco, mas é o potencial comercial da série que me fascina. Cada família já é uma marca e tal como acontece na indústria do futebol, escolhemos ser adeptos dos Lannister, Tyrell, Stark, Baratheon, Targaryen... Tal como nos clubes existe brasão, lemas e uma equipa de jogadores que só por si valem muito e se tornam uma sub-marca. É possível pensar em séries só sobre a vida de Daenerys, Jon Snow, Tyrion ou até mesmo Little Finger. Enredo não faltaria e interesse por parte dos consumidores também não, pelo contrário, no hiatus de GOT estão sempre sedentos e esta poderia ser uma solução de continuidade do negócio. Falo também em roupa, acessórios, decoração, perfumes, bebidas, jogos, brinquedos... Já existem muitos destes produtos, como o Monopólio, um perfume com o cheiro da Mãe dos Dragões ou uma marca de cervejas inspiradas em inúmeros eventos da série. A força da série é tal que é usada para reforçar outras marcas. Aqui podemos dar um exemplo português, referindo a campanha da MEO com Ricardo Araújo Pereira a encenar uma paródia chamada "Game Of Phones", para vender tarifários e telefones. Até eu não resisti a umas montagens das personagens a vestir as marcas do momento.
Estamos a um passo de sabermos se Jon Snow está morto ou não, se Arya ficou mesmo cega, se Daenerys volta a ser Khaleesi e a dominar os seus dragões, se Sansa se tornará Queen of The North e como reagirá Jaime à morte de Myrcella... Cada um torce pelos seus e eu, por agora, sou fã dos irmãos de Cersei, Sam, Sansa e Jon (obv).
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