Louis Garrel- Ma Mére

O actor francês de 27 anos iniciou a sua carreira aos 6, como protagonista, num filme do seu pai, o realizador Philippe Garrel.



O rapaz cresceu e eu conheci-o através de The Dreamers (Bertolucci, 2002). Por ter gostado tanto desta película e da prestação de Garrel, decidi alargar o meu conhecimento dentro do cinema francês, com enfoque nas prestações do jovem actor. Curiosamente o que seria um tempo muito bem passado tornou-se numa rotina algo cansativa, pois em todas as personagens eu via um único Louis Garrel. O mesmo charme tipicamente francês, a mesma camisa branca, o mesmo cigarro no canto dos lábios, o mesmo cabelo e alma desalinhados, o mesmo registo, sempre. Mais coincidências como existir sempre um suicídio ou uma tentativa e triângulos amorosos construíram uma opinião acerca de Garrel, ele cumpria bem o seu dever num determinado tipo de papel. Mas para mim um bom actor é aquele que consegue ser versátil.


The Dreamers (2003)



La Belle Personne (2008)


Les Amants Réguliers (2004)

Como já me tinham indicado, faltava-me ver Ma Mére para talvez desconstruir esta imagem que tinha criado. Foi o que fiz, tendo de facto notado que ali Garrel assumia uma postura mais jovem, menos destemida e charmosa, mas em tudo conturbada. O filme de Christophe Honoré (2004) trás-nos o inquietante retrato de uma família mega disfuncional, centrando-se na relação mãe-filho, uma relação de culto quase religioso. Assistimos à iniciação sexual do rapaz num ambiente violento.






Vale a pena ver e talvez rever, para conseguir digerir toda a sujidade e crueza da narrativa. Para o comum espectador nada daquilo poderá ser real, nenhuma daquelas personagens poderá existir nas nossas vidas, não assumidamente. A exposição física não foi novidade, mas nunca antes assisti a cenas de nu de Garrel tão fortes e chocantes.



A minha opinião não mudou drasticamente, confesso que a vontade de ver outro filme com o actor não é muita, por enquanto... Talvez um dia Garrel se internacionalize ou simplesmente saia da sua zona de conforto e o vejamos num registo totalmente novo e em filmes sem suicídios...

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