Henry and June

O clássico do erotismo dirigido por Philip Kaufman em 1990, tinha como base o romance da escritora francesa Anais Nin, que acaba por ser autobiográfico.


A trama dá-se em Paris dos anos 30, em dois ambientes distintos, a calmaria e classe de uma família abastada na sua casa de campo e a vida boémia das ruas de Paris, onde urgem as mentes mais criativas e artísticas da época. Os dois mundos são habitados por Anais, Maria de Medeiros, que se vê confinada a um dia-a-dia que estanca todos os seus processos criativos de escrita, ao lado do marido Hugo, Richard E. Grant. Ao conhecer Henry Miller, Fred Ward, um escritor nova iorquino, e a sua esposa June, Uma Thurman, Nin inicia-se numa busca pelo que a faz vibrar, observando o modo de vida do casal, totalmente oposto ao seu.



Anais acaba por se tornar amante de Henry, mas apercebe-se que a sombra de June nunca sairá dos olhos do amado, acabando por se apaixonar por aquela mulher misteriosa, atraente e desiquilibrada. Vemos uma colossal Uma Thurman ao lado de uma frágil Maria de Medeiros e é como se estas diferenças físicas fossem o despoletar de todo o envolvimento carnal, que vai para além da curiosidade. São elas as protagonistas da maioria das cenas eróticas que pautam o filme.


June é quase a personagem central do filme, na medida que toda a sua aura trágica e bela envolve os outros personagens, tornando- a a musa dos seus livros. A interpretação de Thurman é exímia, com o seu olhar ébrio e lascivo prende-nos a atenção para uma personagem que poderia não ser muito levada a sério.



É de louvar toda a cenografia que acolhe o início dos anos 30 do século XX, a par da banda sonora.

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