Midnight in Paris
Woody Allen escreveu e realizou mais um filme totalmente filmado em Paris, voltando a reencontrar-se com uma fascinante cidade europeia, após "Vicky Cristina Barcelona". Allen traz-nos mais um romance com pontadas de humor e as velhas questões acerca da felicidade.
Gil (Owen Wilson) e Inez (Rachel McAdams) estão noivos e aproveitaram a viagem de negócios do pai da noiva para fazer uma incursão familiar à cidade das luzes. Enquanto Gil, que está escrevendo o seu primeiro romance, está totalmente detido pelo romantismo que a cidade emana, Inez prefere outro tipo de planos que vão para lá dos clichés parisienses.
As diferenças de ambições e gostos entre o casal vão-se tornando cada vez mais óbvias, dando oportunidade a um afastamento que poderá clarificar a sua situação. Mas este drama entre o casal é apenas pano de fundo para dramas pessoais que são por Allen dissecados: quem nunca desejou viver numa outra era, em que tudo era diferente e, como tal, mais estimulante à criação, ao romance, à vida? Quem nunca deu por si a pensar como seria o seu dia-a-dia num ambiente de outros tempos, nas épocas douradas do passado? O ser humano vive insatisfeito, sempre em busca de algo arrebatator que teima em não se revelar. A insatisfação pode levá-lo a imaginar para lá do possível esses quotidianos oníricos? Ao tocar nesta questão Woody Allen consegue convencer o espectador de que as suas personagens são tão reais quanto eles, parecendo ser essa uma das coisas que o realizador melhor sabe fazer. Quem diria que mais uma comédia romântica de Allen nos pudesse levar por caminhos tão saborosos em termos de fantasia, história e arte?
Não posso evitar relacionar a personagem de Owen com o próprio autor, visto ele próprio assumir retratar situações pessoais nos seus filmes. A paixão que Gil sente pela cidade, pelas suas luzes, edifícios, ruas, paisagens, monumentos, comércio é evocada de início por Allen através da apresentação da cidade no início da película, parecendo convidar os espectadores para uma viagem ao que Paris tem de mais belo para oferecer. É impossível não gostar de Owen Wilson como Gil, porque é apresentado a situações tão inesperadas para ele como para o público, o que faz com que exista uma real aproximação. O facto de ser incompreendido pela noiva em questões romanticamente impossíveis de não apreciar também lhe traz pontos.
Adrien Brody faz parte do leque de personagens surreais que nos vão sendo apresentadas e merece destaque pelo seu belíssimo desempenho.
Marion Cotillard também tem uma prestação fantástica, menos não se esperaria da vencedora de um Óscar como Mlehor Actriz Principal, que obteve como Piaf em "La Vie en Rose". Nomes como Carla Bruni, Kurt Fuller, Michael Sheen, Alison Pill, Corey Stoll, Kathy Bates e Léa Seydoux (com precioso destaque na história) estrelam o filme. Com as novas musas do cinema francês assumindo papeis de relevância parece que Allen foi conquistado pelas europeias, ao invés de contratar actrizes sem sabor como Scarlett Johansson...
Gil (Owen Wilson) e Inez (Rachel McAdams) estão noivos e aproveitaram a viagem de negócios do pai da noiva para fazer uma incursão familiar à cidade das luzes. Enquanto Gil, que está escrevendo o seu primeiro romance, está totalmente detido pelo romantismo que a cidade emana, Inez prefere outro tipo de planos que vão para lá dos clichés parisienses.
As diferenças de ambições e gostos entre o casal vão-se tornando cada vez mais óbvias, dando oportunidade a um afastamento que poderá clarificar a sua situação. Mas este drama entre o casal é apenas pano de fundo para dramas pessoais que são por Allen dissecados: quem nunca desejou viver numa outra era, em que tudo era diferente e, como tal, mais estimulante à criação, ao romance, à vida? Quem nunca deu por si a pensar como seria o seu dia-a-dia num ambiente de outros tempos, nas épocas douradas do passado? O ser humano vive insatisfeito, sempre em busca de algo arrebatator que teima em não se revelar. A insatisfação pode levá-lo a imaginar para lá do possível esses quotidianos oníricos? Ao tocar nesta questão Woody Allen consegue convencer o espectador de que as suas personagens são tão reais quanto eles, parecendo ser essa uma das coisas que o realizador melhor sabe fazer. Quem diria que mais uma comédia romântica de Allen nos pudesse levar por caminhos tão saborosos em termos de fantasia, história e arte?
Não posso evitar relacionar a personagem de Owen com o próprio autor, visto ele próprio assumir retratar situações pessoais nos seus filmes. A paixão que Gil sente pela cidade, pelas suas luzes, edifícios, ruas, paisagens, monumentos, comércio é evocada de início por Allen através da apresentação da cidade no início da película, parecendo convidar os espectadores para uma viagem ao que Paris tem de mais belo para oferecer. É impossível não gostar de Owen Wilson como Gil, porque é apresentado a situações tão inesperadas para ele como para o público, o que faz com que exista uma real aproximação. O facto de ser incompreendido pela noiva em questões romanticamente impossíveis de não apreciar também lhe traz pontos.
Adrien Brody faz parte do leque de personagens surreais que nos vão sendo apresentadas e merece destaque pelo seu belíssimo desempenho.
Marion Cotillard também tem uma prestação fantástica, menos não se esperaria da vencedora de um Óscar como Mlehor Actriz Principal, que obteve como Piaf em "La Vie en Rose". Nomes como Carla Bruni, Kurt Fuller, Michael Sheen, Alison Pill, Corey Stoll, Kathy Bates e Léa Seydoux (com precioso destaque na história) estrelam o filme. Com as novas musas do cinema francês assumindo papeis de relevância parece que Allen foi conquistado pelas europeias, ao invés de contratar actrizes sem sabor como Scarlett Johansson...
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